AUTO-RETRATO
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes no navio
da pálpebra encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea.
Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco.
Esponja embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
0 Comments:
Post a Comment
<< Home