BENVENUTA
Deu-te à luz o mar,
não sei se o alto, se o profundo
(o mesmo não são)
mas sei que és um e o outro, no oceano de ti…
Brincaste em infante menina,
De olhos de amêndoa em flor,
pelos mil e um recantos de Lagos encantados
onde as sereias e nereides mais belas
te lançaram propícias
um olhar antiquíssimo e fatal:
como timbre e tormento de teu caminhar
Veio teu espírito da fantasia dos longes,
horizonte que avistaras antanho
no jardim sereno de tua alma em fruto
cavalgando nas vastidões verdejantes
do prado de teu corpo sempre em flor
Vens do longínquo futuro que hás e donde hás ser;
viandante esvoaçando pelos dias
que dir-se-ia quase te são leves,
sob a ventana brava de antigas tempestades maiores
És mar, és Maria, és maresia,
Mas és sobretudo a brisa mais bem vinda
Ao jardim matinal de cada peito
Em que se te entrecruzas o infindo Amar.
Bem vinda és onde bem queiras.
Vindo o bem de ti por ele vais
a quem te roça a alma, agraciado,
E te conhece o voar eterno e menino.
Donis de Frol Guilhade
(Na margem da maior viagem)
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