Ponto onde convergem as minhas emoções, postas em verso, ou prosa, degrau onde coloco o que sinto e o que desejo e que poderei, talvez, partilhar com os meus amigos.
NÃO TE AMO como se fosses rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças ao teu amor vive escuro no meu corpo o apertado aroma que ascendeu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, Amo-te directamente sem problemas nem orgulho: Assim, amo-te, porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és, tão perto que tua mão sobre meu peito é minha, tão perto que se fecham os teus olhos com o meu sonho.
Oh, meu amado amor, Vem que estou á tua espera, Igual a uma quimera, Que se esvai no tempo, Espera no querer crescente, Da minha alma em flor!
Oh, meu amor amado, Espero-te, qual aurora que sempre se renova, Dia após dia, Contornando os obstáculos. Dos dias vividos... Dos dias mais lindos, Em que nos amámos, Beijámos... Nossos corpos enlaçados, Nossas almas envoltas, Nos caminhos e ternuras Do amor!