Ponto onde convergem as minhas emoções, postas em verso, ou prosa, degrau onde coloco o que sinto e o que desejo e que poderei, talvez, partilhar com os meus amigos.

Monday, April 28, 2008


Volúpia




















No divino impudor da mocidade,

Nesse êxtase pagão que vence a sorte,

Num frêmito vibrante de ansiedade,

Dou-te o meu corpo prometido à morte!


A sombra entre a mentira e a verdade...

A nuvem que arrastou o vento norte...

--- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:

Meus beijos de volúpia e de maldade!


Trago dálias vermelhas no regaço...

São os dedos do sol quando te abraço,

Cravados no teu peito como lanças!


E do meu corpo os leves arabescos

Vão-te envolvendo em círculos dantescos

Felinamente, em voluptuosas danças...


(Florbela Espanca)




























Thursday, April 24, 2008

25 DE ABRIL....SEMPRE!!!!


Friday, April 18, 2008



Meu coração peregrino,
Percorre léguas de céu,
Encontra teu olhar o meu
E desce á terra dançando...


Meu coração é de mel,
Só quer unir-se ao teu,
E rodopiar na dança,
Da vida...

Meu coração é flor,
Abrindo ao raiar do sol,
Que vem descendo, pousar,
Nas pétalas do meu olhar,
De amor!

(Binda)

Tuesday, April 15, 2008


Quando o dia renasce da noite,
Agitada...estranha...
A luz da aurora,
Reflete na penumbra,
Dos campos de giestas,
De pinhais e de estevas,
Onde te vejo e me enlevo,
No teu olhar de menino...
Que me envolve em desejo,
E me devolve o carinho,
Que se segue ao fim do combate,
De nossos corpos ardentes,
Pela noite estonteante,
E que ao raiar da aurora,
De novo se enamora do Amor!

(Binda)

Saturday, April 12, 2008


O amor, quando se revela…


O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p’ra ela,

Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente

Cala: parece esquecer


Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

Pra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar…


Fernando Pessoa

Saturday, April 05, 2008


Acabou a poesia no meu coração,
No dia em que te foste…e não voltaste…
Mesmo assim,continuo com empenho,
A poetar por esta e aquela rua,
Fazendo com que mesmo minha alma nua,
Sinta o calor do que é amar…

Acabou a sede de te ter…
Saciarei minha alma e boca,
Em outra boca,
Numa que mesmo me chamando louca,
Me dê o toque,
Me dê a ilusão…

Acabou para mim o desespero,
De te ter e não te ter…sincero…
Acabou a poesia,
Mas não acabou a vida,
Não sei se te quero…ou não quero!

Binda

Friday, April 04, 2008

AS PEQUENAS FLORES DO MEU JARDIM...







 
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