Ponto onde convergem as minhas emoções, postas em verso, ou prosa, degrau onde coloco o que sinto e o que desejo e que poderei, talvez, partilhar com os meus amigos.

Monday, October 27, 2008








VEM COMIGO

No ventre da mata,
Por baixo do tojo,
Aroma de rosmaninho,
Aí se faz ninho...

No meio da mata,
Por baixo da rocha,
sentados na terra,
Aí tudo se enleia,
E a gente incendeia,
Ternura e tesão,
Com beijos, caricias,
No meio da mata,
Ali nos amamos...

Corpos que se fundem,
No vai e vem do amor,
Olhando as estrelas,
Corpos se confundem,
Bocas que se afundam,
Em amor.

Anda, dá-me a mão,
Vamos correr,
Debaixo da chuva,
Os dois desnudados,
De qualquer temor
De qualquer preconceito...

Anda, vem amar,
Sem constrangimentos,
Sentir o momento,
Da união...
Vem voar comigo,
Pelo infinito...

(Binda)

Saturday, October 04, 2008





CHORAR DE SAUDADE


Chorar de saudade...
Já alguma vez choraste de saudade?
Já sentiste no peito,
O brazeiro dessa dor sempre presente?

É dor que se sente...
É saudade da pessoa ausente...
Do calor do afecto,
Do sussuro da palavra dolente...

Chorar de saudade dói...
Mas são lágrimas quentes de ternura,
Do lembrar do tempo de ventura,
E que acalenta o nosso coração.

(Binda)

Wednesday, October 01, 2008




OH,MEU AMOR...



-De onde me chegam estas palavras?


Nunca houve palavras para gritar a tua ausência


Apenas o coração

Pulsando a solidão antes de ti

Quando o teu rosto dóia no meu rosto

E eu descobri as minhas mãos sem as tuas

E os teus olhos não eram mais

que um lugar escondido onde a primavera

refaz o teu vestido de corolas.


E não havia um nome para a tua ausência.


Mas tu vieste.


Do coração da noite?

Dos braços da manhã?

Dos bosques do Outono?


Tu vieste.


E acordas todas as horas.

Preenches todos os minutos.

acendes todas as fogueiras escreves todas as palavras.


Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos

quando toco o teu corpo e habito em ti

e a noite não existe

porque as nossas bocas acendem na madrugada

uma aurora de beijos.


Oh, meu amor,

doem-me os braços de te abraçar,

trago as mãos acesas,

a boca desfeita

e a solidão acorda em mim um grito de silêncio

quando o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos

e se perde depois numa estrada deserta por onde caminhas nua.


Joaquim Pessoa

 
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